quarta-feira, dezembro 28, 2005

Para os amantes do cordel

A editora cearense Tupynanquim faz dois lançamentos bastante expressivos.

Um é uma edição especial para colecionadores (apenas 500 exemplares) de uma amostra expressiva da obra de Leandro Gomes de Barros (1865, + 1918), em comemoração aos 140 anos do seu nascimento. São 12 folhetos, acondicionados em uma caixeta de papelão, com capa em preto e dourado contendo os seguintes títulos: Juvenal e o Dragão, O Cavalo que Defecava Dinheiro, O Testamento do Cachorro, A Vida de Pedro Cem, Casamento e Divórcio da Lagartixa, O Cachorro dos Mortos, Meia Noite no Cabaré, A Sogra Enganando o Diabo, A Donzela Teodora, A Vida de Cancão de Fogo e seu Testamento (em dois volumes), além do folheto Leandro Gomes de Barros – O Pioneiro da Literatura de Cordel. O Cavalo que Defecava Dinheiro e O Testamento do Cachorro inspiraram Ariano Suassuna na criação de três dos mais marcantes e engraçados episódios da sua obra-prima Auto da Compadecida. Já o personagem Cancão de Fogo faz parte da progênie de heróis picarescos, remotamente inspirados em “Ulisses” e da qual faz parte outro personagem de cordel, João Grilo, também aproveitado por Ariano.

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O outro é uma parceria da Tupynanquim com pernambucana Coqueiro e a também cearense Edições Livro Técnico. As Aventuras de Dom Quixote em versos de cordel – de Antônio Klévisson Viana – é uma adaptação, resumida, da novela cervantina, cantada em sextilhas e inserindo-se nas comemorações pela passagem dos seus 400 anos.

Canta o poeta:

“Quem ler este livro tira
Algumas boas lições:
Quão imutável é o sonho
Para muitas gerações!
Dirá: “Quixote está vivo
Em nossas vãs ilusões!”

Leandro Gomes de Barros – 140 anos, de Antônio Klévisson Viana, caixa com 12 folhetos, R$ 25,00.
As Aventuras de Dom Quixote em Versos de Cordel, de Antônio Klévisson Viana, 48 páginas, R$ 25,00.
Informações: (85) 3217.2891/9116.8296 e/ou kleviana@ig.com.br


P.S.:
A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.

2 comentários:

Art&Tal disse...

ei lu...
democracia e deus...
em que ficamos...



tenha um bom ano


fique bem

Lu disse...

Gostaria que não fossem coisas excludentes, então fico com os dois :o)

Bom ano para ti também.