sábado, janeiro 17, 2009

V

Teatro

Há um não-sei-quê amadorístico nos gestos e intenções do blefador. Algo oculto em seus olhos trai a encenação. Nem todos os ensaios do mundo são capazes de sanar seu deslize, sua insegurança, o medo de ser delatado pelas palavras mal colocadas, por sua impostura.
Quando ele fala, seus ombros estão sempre curvos, os olhos miram o chão, o sorriso é quase uma agonia. Não se permite tocar e ser tocado, esquiva-se ao menor sinal de contato como se seu corpo recebesse uma descarga elétrica mortal.
Cansei dessa peça. Já conheço bem as marcas, as deixas, o roteiro. Então, quando o refletor muda de foco e a platéia fica na escuridão, eu me retiro do recinto. Mas devo confessar que o faço com pesar, com alguma dor por vê-lo acreditando verdadeiramente na sua mentira.
Reconheço um jogador só de olhar. Eu também já tive meus vícios.

Feliz 2009

2009 chegou, finalmente.
Aos amigos e transeuntes desapercebidos que circulam por este blogue, aqui vai mais uma daquelas promessas de começo de ano: espero estar mais presente por essas vagas cibernéticas.
2008 foi um ano que não deixará nenhuma saudade. Parei muita coisa para estudar para concursos e parece que deu certo.
Li bastante, mas nada daquilo que de fato me alimenta e deixa a alma farta, satisfeita... mas como dizem por aí, não se pode ter tudo de uma vez só.
Até mais ler