segunda-feira, janeiro 30, 2006

De profundis

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Cores de hoje, Teresa Santos

Extasiada, abri o pacote.
Pela primeira vez via a sua pequena letra, pela primeira vez tocava algo que estivera antes em seu poder; uma marca, um perfume.
Não, jamais duvidara da nossa amizade, do afeto que nos une através de tantos mares em que navegamos a espera de um sinal, um aceno, uma confidência... mas agora era diferente – toda nossa ternura materializou-se como se num breve piscar de olhos minha mão alcançasse seus ombros e nos enlaçássemos no longo abraço tão almejado por nós.
Certa vez, disse-me que alguém que ama muito ensinou-lhe a falar sobre as coisas do coração, ensinou-lhe a não represar a força do verdadeiro amor. Eis aí um belo aprendizado, de outra forma, eu jamais saberia o que é ter o horto do meu coração em chamas.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Música incidental

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R. Magritte

...tenho por princípios
Nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?...

Sudoeste, Adriana Calcanhotto/Jorge Salomão


São nas horas nuas que me sinto desprotegida de mim e dos meus afetos. É quando tudo ao redor parece sem sentido e vazio...
Uma grande amizade? Virou pó, um porta-retrato antigo sobre o móvel para que eu me recorde de quem não deveria ser esquecido.
Há quem bata as portas sem fazer barulho...
Mas há também os que não se incomodam com o rangido dos ferros e aldravas.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Um mini para o João

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Tedeschi


Quando o cheiro das alfazemas do campo levantava, tudo em mim alegrava-se.
Eu já sabia que aquele cheiro traria consigo a sombra de um par de asas gigantescas riscando o céu e anunciando as delícias da manhã, afinal todos os anos voltava glorioso em seus matizes brilhantes e aveludados.
O vento crispava-se todo de prazer por tê-lo nas alturas, veloz, rasgando o éter; as flores ouriçavam-se em néctar para receber a visita que lhes renovaria a vida tornando-as prenhes de cores.
Vaidosamente, ele sobrevoava as colinas e por fim pousava no meu telhado, confirmando sua escolha, renovando os laços que se estreitavam a cada ano...
Antes de conhecer a brisa e o abrigo de suas asas, as alfazemas pareciam-me inodoras, pequeninas em sua discrição. Mas eis que com sua chegada, pôs em minhas mãos a esperança com sabor de baunilha e engendrou em mim o desejo de vida, de uma vida menos ordinária.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Uma nova conquista

"Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais"
Casa no campo, Zé Rodrix e Tavito


Sabem aquela vontade de um dia ter uma casa de campo?
Um lugar onde podemos nos retirar da loucura cotidiana e nos lançarmos num outro tipo de loucura? A do silêncio, da imaginação, da reflexão?

Pois é, esse lugar agora existe.
Faça-nos uma visita!
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