segunda-feira, setembro 27, 2004

UM AFAGO NA ALMA

Desperto desse sonho chamado vida sem saber qual direção devo tomar.
Não sei se encaro meus olhos no espelho ou se sigo refletindo os olhos dos outros – escudos de mim.
Cada olho que nos atravessa arpoa o corpo, mas sempre tem um olho que nos vara a alma, deixando o coração exposto e entregue às mãos displicentes do destino.
A espera é longa e suave. Deleita a pele, descansa o corpo, umedece a boca ávida de vida.
Há vida tanta enrodilhando os passos desgovernados, vacilantes do grande encontro, do grande enigma que move os dias.
Existe uma ternura ingênua nessa incerteza; é como se tocar o desconhecido nos concedesse a surpresa do inesperado bom, sua maciez, sua aspereza, sua totalidade.
Despertar do sonho chamado vida ultrapassa todo limite, qualquer explicação.
Di cavalcanti

2 comentários:

Anônimo disse...

Aprendi muito

Lu disse...

Não era essa a intenção, mas fico feliz por você ter encontrado alguma aprendizagem nessa profusão de vozes... e por que não dizer que há uma pontinha de vaidade do lado de cá?
:)