quarta-feira, setembro 29, 2004

AMANHECER

O quarto amanheceu em orquídeas prazenteiras.
Um simples sinal, cores, pétalas e você manifesta-se por inteiro, pronto para me devorar. E eu gosto quando me devora por completo, sorve meus lábios, bebe minha alma, penetra meus olhos, faz morada em minhas mãos pequenas e nervosas.
O papel reciclado em que me dizes repetidas vezes "eu te amo, amo, amo" regenera o sono perdido em que te busco incansável; refresca a impaciente garganta minha que sôfrega, trôpega, ébria chama por ti.
Bastou que as orquídeas, este suave organdi, chegassem para que as minhas janelas se abrissem em luz.

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