terça-feira, setembro 21, 2004

(DES)CAMINHOS

Tenho tentado chegar ao centro do coração do homem, do mundo; chegar ao local onde tudo pulsa, as imagens se distorcem, os sentimentos se confundem... lá onde tudo é bruto e sem lapidação, o sorvedouro fundo do nosso escuro.
Tenho tentado compreender qual porção da nossa humanidade é escolha e qual é circunstância, o que é vaporoso e o que a mão, de fato, alcança.
Em que parte de nossa história pessoal escolhemos o cinismo, a farsa, a representação? Em qual grande mentira fundamentamos nossa verdade?
Somos o que somos ou o que pensamos que somos? Esse cansaço latente na vida estufa a veia que pulsa e salta.
Estancamos o sangue na hora do corte e da dor, mas por dentro tudo é hemorrágico: desejo, febre, amor. Águas furiosas, caudalosas, contudo, represadas... de que vale tanta enchente que deságua no nada?
Nessas tantas tentativas, não quero cheia nem estio, busco, anseio a palavra libertária: qual será?

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