sexta-feira, setembro 24, 2004

O MEDO É AMARELO

A flor amarela do medo rompeu o dia frio e cinzento. Ainda que tema, é uma flor; ainda que seja frágil, ela sobrevive às sombras.
Ela vive apesar da incapacidade humana de se surpreender com a delicadeza dos pequenos milagres cotidianos, da inteireza ingênua do riso, dos olhos famintos da morte.
Independente de qualquer querer, a nossa absurda contemplação autista não lhe retira, não lhe demove de seu destino: o de seguir florindo.
A flor amarela rompeu o concreto, o cinza, o Nada.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estou atualizando meus links e você está entre eles. Considere-se linkada.
Marcos
www.esculachoesimpatia.zip.net

Lu disse...

Obrigada, Marcos.
Eu estou com uma listinha de links a adicionar, mas fico relutando...aqui no blogspot, fazer essas atualizações é um pouco chatinho, requer uma certa paciência e desprendimento...rs

Anônimo disse...

Lu: eu procuro me entregar, nos momentos em que me lembro, quando estou atento e observando, à delicadeza dos pequenos milagres de que você fala... infelizmente vivemos tão desatentos, que muita beleza nos passa desapercebida... Ter olhos de contemplar esses miúdos milagres cotidianos... É parte do que peço em minhas orações. E essa parte pode ser tudo... Beijo silencioso do José de Castro.
http://josedecastro.zip.net

Lu disse...

Querido Castro, acredito que é no cotidiano que nos expressamos, que construimos as relações. Dessa forma, ter olhos atentos para as delicadezas diárias deveria ser nossa mais sincera prece.
As epifanias são regalos, efemérides, milagres... acontecem uma ou duas vezes na vida. Beijoca.