quarta-feira, novembro 24, 2004

Aos poucos, ele se afasta.
Caminha por uma faixa estreita
Em direção às dunas
A procura de algo que não sabe o nome.
Eu não posso ajudá-lo.


Durante a espera
Ponho-me a escrever.
Escrevo muito.
Todo poema meu
É o mesmo e outro.
Repito-me, refaço-me.

Quando ele voltar,
Se voltar,
Oferecerei minhas mãos em concha
E meus braços em arcos simétricos.
Revestirei sua pele com a minha
E guardarei seu corpo no meu.

Assim como as palavras
Seremos os mesmos
Com novos sentidos.

Um comentário:

Marcos Mattos disse...

Olá, menina Lu...

Gosto de coisas redigidas assim... com suavidade, porém, sendo intenso ao ponto de irrigar a palavra com sensações, e até a sua raíz, dando a exata dimensão da força com que foi eclodida. ;o))