quinta-feira, novembro 24, 2005

Querida V.,

Há quase dois meses enviei-te uma carta. Como não obtive respostas, fiquei sem saber se houve problemas com o serviço postal ou contigo. Espero que seja apenas uma banalidade, querida, um problema de extravio de correspondência.

Ando tendo sonhos estranhos, V., e aí lembro de ti dizendo-me para prestar muita atenção neles. Ah, V., você e suas manias! Posso ouvi-la, com ar muito sério: “somos cercados por sinais”.

Então, preste atenção nesse sinal: já é quase primavera. Não bastasse a profusão de cores e aromas que invadem Paris nessa época, vou levando uma flor muito rara para enfeitar ainda mais essa cidade – a minha Tereza.

Ligarei assim que o avião pousar.

Saudades,

A.

5 comentários:

Vítor Leal Barros disse...

também eu tinha saudades destas missivas... quando quiseres levar esta ao Povo, um rapazinho simpatico trata da actualização...beijo

Lu disse...

Sem dúvida que levarei ao Povo e sem a ajuda do rapazinho simpático seria impossível... outro beijo.

Anônimo disse...

Ma petit

Pelas gérberas florescidas nesta primavera, espero a ti e tua Therèse. Pelas margaridas nos jardins e pela brisa cálida que acompanha os salsos à beira do Sena, te espero.

Teu avião de palavras já aterrisou, cherie. Quando virás?

Lia

PS: Os guapuruvús fingem de rios lilases pelas sarjetas. Porto Alegre é uma Paris onde o Guaíba é o Sena, que se alargou para abraçar o por-do-sol.

Lu disse...
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Lu disse...

Minha Lia, muitas vezes - e eu tenho a felicidade de poder dizer isso - o amor não precisa da matéria para que flua e exista, de fato. Eu e minha Tereza já sabemos de ti e de tua alma, mesmo que o encontro jamais se concretize. Isso ninguém pode tirar-nos. Beijo cheio de saudades.