segunda-feira, junho 13, 2005

Homenagem

As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luze são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugênio de Andrade



4 comentários:

Vítor Leal Barros disse...

ele merece ouvir de novo todos estes poemas

Lu disse...

E nós precisamos deixar que as palavras dele nos entranhem a alma, Leal...

Anônimo disse...

Boa noite Lu, su um integrante da "ex-equipe AB", que vinha vez por outra visitar vc. Nosso blog, fechou, mas continuo por aqui, vindo ler teus sempre ótimos post's. "Joguei no ar", um arremedo de blog só meu, apareça quando puder pra um papinho.
Abraços amiga e ate breve
http://www.porai.blogger.com.br/

Lu disse...

Puxa, que pena! O AB era tão divertido :-(
Fico contente por saber que continuas a contribuir no Glossolalias e a promessa está feita, irei visitá-lo dentro em breve. Abraços.