Hoje eu não vou revolver a terra, não vou desarrumar gavetas, não vou vasculhar armários e bolsos, eu não vou procurar explicações.
Vou livrar-me dessas buscas. Começarei queimando papéis, palavras antigas, cartas. Lançarei fora tudo que é vão.
Pego o pacote que diz: cartas a mim mesma.
Quem no mundo escreve cartas para si próprio? Para quê? Qual o valor?
Para não cair em tentação de tentar justificar tamanha incongruência, rasgo os envelopes e preparo a fogueira.
O fogo queima, exorciza e santifica o passado.
Aspiro e sinto no ar o cheiro de incenso.
Vou livrar-me dessas buscas. Começarei queimando papéis, palavras antigas, cartas. Lançarei fora tudo que é vão.
Pego o pacote que diz: cartas a mim mesma.
Quem no mundo escreve cartas para si próprio? Para quê? Qual o valor?
Para não cair em tentação de tentar justificar tamanha incongruência, rasgo os envelopes e preparo a fogueira.
O fogo queima, exorciza e santifica o passado.
Aspiro e sinto no ar o cheiro de incenso.
7 comentários:
Lu, minha Lu: e quando a posta-restante recusa-se a ser queimada? E quando precisamos abrir - envelope a envelope - as cartas que nos escrevemos loucamente? E quando elas - por surpresa ou desatino - depois de anos de susto e redenção, finalmente estão em branco? Beijos na alma. Lia
www.margaridas.weblogger.terra.com.br
Minha Lia, penso eu que nesses casos ainda não se fez tempo de fogueiras e renascimentos... tempo virá em que também sentirás essências no ar. Beijo.
Marcos, de fato, nesse tipo de limpeza sempre há algo de que nos arrependemos mortalmente por termos jogado fora, contudo, existe uma outra limpeza que tem valor de sobrevivência e dessa, eu não me arrependo, ainda que às vezes doa. Beijo.
Marcos, de fato, esse tipo de limpeza às vezes causa um certo arrependimento, mas o tipo de limpeza que me refiro tem cheiro de sobrevivência. Beijo.
Lu: a ruptura com o passado é sempre um pouco traumática devido ao apego, ao medo do incerto, à insegurança do futuro. Aí ficamos nos agarrando a migalhas extemporâneas, muitas vezes já emboloradas. Mas a gente não percebe e continua guardando os entulhos. Essa limpeza de que você fala significa renovação, abertura ao novo. Bem-aventurados os sábios que conseguem fazer esse exorcismo.
Abraços de luz,
José de Castro.
Lu: a ruptura com o passado é sempre um pouco traumática devido ao apego, ao medo do incerto, à insegurança do futuro. Aí ficamos nos agarrando a migalhas extemporâneas, muitas vezes já emboloradas. Mas a gente não percebe e continua guardando os entulhos. Essa limpeza de que você fala significa renovação, abertura ao novo. Bem-aventurados os sábios que conseguem fazer esse exorcismo.
Abraços de luz,
José de Castro
http://josedecastro.zip.net
Meu amigo Castro, estou muito feliz por ter conseguido me desapegar desses "entulhos" de que falas tão bem.
Tudo o que eu quero é descamar, despetalar, me preparar para novas estações.
Obrigada pelo abraço, iluminou tudo por aqui.
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