A descoberta de que a liberdade tem o sabor do impossível, do inenarrável impregnou-lhe os pulmões. Não queria outra vida senão aquela; gostava da visão proporcionada pelos vôos rasantes: tudo era movimento.
Subitamente esse movimento fora congelado como se um grande blackout sitiasse sua cidadela: o menino-pássaro quebrou a ponta da asa, interrompendo sua fome de velocidade. E ele já sabia o que isso significava.
Olhos grandes e úmidos molharam suas penas e temeram a chegada de um mundo estático e monocromático; seu corpo encolheu-se trêmulo e inseguro já sentindo-se engaiolado.
Mas por ser refratário à imposição do destino, deslizou a mente pelas portas encantadas do sonho e voltou a voar.
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