Por que tanto amor
Se não há lugar,
Não há espaço,
Não há cama no mundo
Que o suporte?
O amor cansou do amor...
Juntou seus pedaços,
Fragmentos de cartas,
Livros esquecidos,
Canções inacabadas
E sumiu na escuridão.
O amor não esperou o amor...
Não lhe deu asas,
Não foi paciente
E ainda abusou de duras palavras.
O amor se fartou de amor...
Bebeu veneno,
Engoliu sapos,
Engasgou e feneceu.
O amor olhou nos olhos do amor...
Não se reconheceu
Nem o reconheceu.
Apenas ressentiu-se
De continuar amando
Um amor ausente.
O amor morreu de amor...
O amor matou o amor
Num tedioso domingo sem nuvens
O amor agonizou,
Partiu-se, dilacerou-se
Em luz. Em plena
Quarta-feira voltou a ser
Cinzas, pó e mais nada.
2 comentários:
Ah, o amor é uma enxurrada, um furacão, uma perfumaria sob terremoto, um longa metragem de gargalhadas contínuas ou um colchão de pregos. Ah, o amor.
Bingo, Jayme, bingo! Beijo.
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